Revista

A DISCIPLINA HISTÓRIA DO ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL (HELB) NAS NOTAS DE AULAS DE DISCENTES

RESUMO

Este artigo teve como proposta inicial apresentar as anotações de aulas feitas por discentes contendo as reflexões desenvolvidas durante a disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil do Programa de Pós-graduação de Linguística Aplicada (PGLA) da Universidade de Brasília, durante o primeiro semestre letivo de 2012. Entretanto, no processo de construção do artigo, observou-se que, para que tais anotações fossem melhor entendidas e valorizadas, havia a necessidade de justificar a disciplina, apresentando também todo o contexto na qual ela está inserida, além de evidenciar tudo o que se construiu em equipe a partir das ideias de construção colaborativa, na qual as notas surgiram dando início à esta reflexão. Assim, no presente artigo discute-se a justificativa para a disciplina, as reflexões ocorridas durante a mesma, sua organização, notas na íntegra realizadas por discentes e as repercussões do curso que incentivam o adensamento das discussões para além do primeiro semestre letivo de 2012.

Palavras-chave: Helb, notas de aulas, construção colaborativa, participação discente.

ABSTRACT

This paper proposes to present classroom notes made by graduate students containing their reflexions while they were taking the course of History of Language Teaching in Brazil (Helb) in the Applied Linguistics Post-graduation course at the University of Brasília, during the first semester of 2012. Nevertheless, in the process of constructing the text, we observed that, for those notes to be better understood and correctly valued, there was also a need to justify the subject, as a result we also present the context in which they were taken, thus we highlight everything that was built collaboratively by the group. Therefore, this study discusses the reason why it is important to study Helb, the reflexions made by graduate students while studying it, its organization, the classroom notes themselves and the echoes of it after it finished, which collaborate for further discussions after the end of the first semester of 2012.

Keywords: Helb, classroom notes, collaborative construction, students' participation.

Introdução

Tomar notas durante as aulas é uma atividade rotineira de estudantes de graduação e de pós-graduação. Contudo, durante o primeiro semestre do ano de 2012, a organização das anotações de aulas e o compartilhamento das mesmas durante o semestre letivo tornaram-se um objetivo comum na medida em que se observou que elas poderiam colaborar para compreensão da importância do ensino de história do ensino de línguas no Brasil. Tais notas foram compartilhadas ao longo do semestre letivo e constituem fonte histórica para este artigo. Assim, esse artigo está organizado em três partes.

A primeira parte apresenta uma justificativa da existência da disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil (Helb), a partir da reflexão desenvolvida pelo docente responsável, professor Almeida Filho, e pelo grupo de discentes ao longo do curso em questão. A segunda parte descreve a organização da disciplina: temas abordados, leituras, sobretudo a apresentação das notas escritas organizadas de maneira cronológica ao longo do curso, as obras resenhadas e as produções realizadas a partir das avaliações e dos artigos que foram escritos. Como terceira parte, apresenta-se as repercussões do curso, para além das atividades de sala de aula, observando que as notas dos pós-graduandos relatam a amplitude desta disciplina, incentivando-os a expandirem suas reflexões, adensando-as em teses e dissertações como referencial teórico, inclusive despertando o interesse discente em participar de palestras e conferências com temática histórica, na própria universidade e em outras universidades, adensando a discussão em aula ao longo do semestre letivo de 2012.

Justificando a disciplina Helb

De acordo com Almeida Filho, em explanações em sala de aula, é necessário refletir nos propósitos de se conhecer e interpretar a história do ensino de línguas no Brasil a fim de propiciarmos o desenvolvimento da competência profissional do professor de línguas, bem como contribuir para a formação continuada desses professores. Na mesma linha de pensamento, Howatt (1984), completa que o estudo histórico se presta a “iluminar o ensino de línguas”, no sentido de explorar as origens e também as ideias que influenciaram diacronicamente o desenvolvimento do ensino de línguas em um país para que ele possa ser, pelo menos em parte, explicado como é hoje.

Assim, a ementa da disciplina prevê o estudo histórico do percurso do ensino de línguas no Brasil, aprofundando o conhecimento da profissão de ensinar línguas estrangeiras e fortalecendo esta temática no currículo nacional.  Podemos igualmente focalizar o outro processo componente da área acadêmica e profissional de que estamos tratando: a aprendizagem ou a aquisição da nova língua.

A disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil - Helb é ofertada pelo Programa de pós-graduação em Linguística Aplicada (PGLA) do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, do Instituto de Letras da Universidade de Brasília.

De acordo com Almeida Filho, em explanação durante as aulas da disciplina, a Helb pode ser classificada como uma subárea de estudos da Área de Ensino e Aprendizagem de Línguas - AELin.  Sendo assim, cabe à Helb descrever e explicar fatos e personagens da evolução natural do que foi sendo praticado como um ofício, por profissionais da instrução e adquiridores ou aprendentes ao longo do tempo. Sem o objetivo de reduzir ou fragmentar o curso da história, buscou-se restaurar sua organicidade num todo teorizado para o bem da sociedade de novos praticantes profissionais e dos ingressantes da área.

A partir da disciplina Helb surgiram, com o mesmo nome, uma revista digital, uma página na internet e um projeto de pesquisa. Essa disciplina impulsionou a criação da Página Helb na internet, motivada pela vontade de registrar a história do desenvolvimento do ensino de línguas no Brasil de uma maneira duradoura e acessível às pessoas que estivessem não só em Brasília, mas em todo o Brasil, e eventualmente, em toda a comunidade de Língua Portuguesa no mundo. É um espaço virtual em que as pessoas podem encontrar bibliografia, fatos, iconografia, imagens associadas ao ensino de línguas no Brasil.

Na página Helb encontramos também a Revista Helb, uma revista digital fundada no mesmo período, em 2007, que conta com o apoio interno de docentes e alunos pós-graduandos do PGLA da UnB e um público externo de uma plêiade de autores e pesquisadores da área de AELin de todo o Brasil e de outros países que compõem o corpo editorial do periódico. O acesso aos atuais dez volumes postados com periodicidade anual na rede é efetuado através do elo www.Helb.org.br.

A disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil – Helb foi um embrião para um projeto de pesquisa sobre o tema. Esse Projeto de Pesquisa Helb ocorreu entre 2010 e 2012, tendo como objetivo investigar como se constrói e como se pode compreender, interpretar, até mesmo periodicizar a evolução do ensino de línguas no Brasil, desde o período colonial até nossos dias, bem como o que significa a etiqueta História do Ensino de Línguas no Brasil e sua relação com História Geral do Brasil e conceitos importantes, focalizados em pesquisas anteriores coordenadas pelo prof. Almeida Filho.

Vivenciando a disciplina Helb em 2012

O contexto deste artigo refere-se à disciplina História do Ensino de Línguas no Brasil (Helb), oferecida pela Pós-Graduação em Linguística Aplicada, ministrada durante o primeiro semestre de 2012, que se iniciou no dia 15 de março de acordo com o calendário oficial da Universidade, no turno matutino.

O Prof. Almeida Filho, inicialmente, anunciou aos presentes que o estudo da história de línguas, por ser retrospectivo é crucial para entendermos a profissão de agentes que ensinam línguas. Apresentou a bibliografia da disciplina[1] e o cronograma composto, a priori, de 16 aulas, sendo a 17ª aula prevista, eventualmente, para um exame final.Explicou-nos que o projeto que coordena intitulado “História e Formação Docente da página eletrônica Helb” será finalizado no final do ano corrente. Sobre a Página eletrônica Helb, informou-nos que por duas vezes já foi citada pela Revista Nova Escola, da Editora Abril, como uma página que presta um serviço público educacional. Convocou-nos, assim, a colaborar com a Revista Helb, pois cada um pode dar uma contribuição pessoal à essa revista enviando artigos. Destacou a importância de se publicar nessa revista, inclusive em parceria com autores de outras instituições. O convite para pessoas externas, a publicação em conjunto é importante para essa Revista. O Prof. Almeida Filho apresentou-nos outro centro de pesquisa de história do ensino de línguas no Brasil, coordenado por Luís Eduardo Oliveira, do programa de Educação da Universidade Federal de Sergipe - UFS. Discutimos a bibliografia para o curso, destacando obras clássicas para a história do ensino de línguas como os livros publicados em 1935, de Maria Junqueira Schmidt e de Carneiro Leão e o livro de Valnir Chagas, publicado em 1957. Essas leituras serão realizadas ao longo do curso.

Após a apresentação das estudantes presentes nessa aula, o Prof. José Carlos explanou sobre a importância da teoria com “T” maiúscula para melhoria da prática docente. Além dessa “T”, quando se fala de crenças, daquilo que está nas mentes das pessoas, tem-se a teoria com “t” minúsculo. Ao final da aula, o Prof. refletiu sobre a importância de se olhar para a aquisição de línguas, relacionada à idade dos aprendentes na aquisição de língua estrangeira.Uma ideia aceita pelos presentes foi a de abrir um espaço para a disciplina na plataforma Moodle do Departamento de Letras. A proposta era que este espaço virtual, pudesse nos ajudar na organização dos estudos, e foi o que realmente aconteceu. Ali foram disponibilizados os artigos, cronograma da disciplina e as notas feitas pelos alunos nas aulas. Foi uma ferramenta muito útil para o desenvolvimento da disciplina e união da turma em torno dos objetivos de estudo. Quando havia qualquer dificuldade de acesso, os artigos também eram enviados por correio eletrônico. Assim, a internet tornou-se um importante aliado do grupo em formação.

Anotando nosso dia-a-dia    

Um fato comum entre os estudantes são as anotações individuais. Contudo, o compartilhamento de tais notas foi um diferencial neste semestre letivo em questão. Observávamos atentos todas as explicações que foram anotadas em cadernos ou por meio digital e, posteriormente, compartilhadas. Resolvemos valorizá-las, transformando-as em material de estudo coletivo. Para isto, as notas eram lidas no encontro subsequente ou durante o decorrer da semana, proporcionando acréscimos, sugestões, tornando-as notas mais completas, dentro do que foi estudado e refletido coletivamente. Assim, apresentaremos as anotações de quatro aulas em sua íntegra, em ordem cronológica, para exemplificar o material fonte desse artigo: notas das aulas de 22 de março, 5 de abril, 19 de abril e 10 de maio de 2012 por seus respectivos autores.

A anotações de aula visaram, em sua essência, destacar um relato das discussões realizadas em aula, como a seguir: 

Esta aula foi baseada no texto original enviado pelo professor intitulado “Fundamentos do Estudo da História do Ensino de uma Língua”. Esse texto foi preparado, especialmente para esse momento, pelo prof. Almeida Filho. O mesmo introduziu o tema sobre o Brasil Colônia, destacando que o período durou longos 308 anos e mais 80 anos de Império. Esses dois períodos foram os primeiros que estudamos. O Prof. lembrou o fenômeno dos órfãos deixados nas aldeias de índios, que adquiriam a língua-alvo de algum modo. Havia aprendizagem (ou aquisição, propriamente dita) sem ensino. Destacou-se que Anchieta em 1555 já utilizava uma gramática que, formalmente, foi publicada em 1591. Quanto a Anchieta, o Prof. destacou que o mesmo morava no Espírito Santo, e que a base para se ensinar era a escrita, sobretudo, a vida dos santos. Daí a importância dos autos, peças sobre a vida dos santos. Os índios encenavam as peças e aprendiam a falar português com isso.

Outras explanações ocorreram durante essa aula como, por exemplo, a respeito das línguas modernas oriundas do latim. Foi sugerida a leitura de “História das Universidades Medievais”, de Pierre Verger, sobre a vida medieval na Inglaterra. Sugeriu-se também rever o seriado “A Muralha”, minissérie da TV Globo, bem como acompanhar e escrever para a página www.sala.org.br, na qual podemos apresentar textos para publicação. Foi relembrado que há duas novas boas gramáticas do Português brasileiro publicadas em 2011, as de Ataliba Teixeira de Castilho[2] e de Mário Perini[3].

O Prof. Almeida Filho expandiu sua fala quanto ao ensino da gramática: “mesmo sendo a gramática ‘o cimento da língua’, ela não faz com que o aprendente fale essa língua apenas ao aprendê-la. Refletiu-se sobre o ensino da gramática em aulas de línguas e sobre o fato de que saber a gramática de uma língua não significa ter domínio da mesma. Destacou ainda a importância de se explorar a compreensão oral dos estudantes, para que eles se façam compreender e possam compreender uma mensagem, um recado, a comunicação, enfim. Ao final da aula, textos foram distribuídos para alguns colegas para que avançássemos nas leituras referentes aos aspectos diversos da história do ensino de língua.

(Notas de aula de 22/03/2012 por DAMASCO, D.G.B.)

Constamos que para além do conteúdo referente à história do Brasil e do ensino de línguas, há nas notas de aula sugestões de filmes e bibliografia, bem como material para leitura. Ao buscarmos a produção acadêmica da discente que realizou as anotações de 22 de março de 2012, observamos que dois anos depois, em sua tese de doutorado[4] há um capítulo consagrado à história do ensino de línguas e referências à Revista Helb em sua produção acadêmica.

As notas da aula de 5 de abril de 2012, para além do cotidiano de sala de aula, propiciaram uma discussão sobre o curso de Letras, os principais temas para formação continuada de docente em língua estrangeira e a necessidade do exame oral de línguas ao final da Educação Básica:

A aula de 5 de abril de 2012 transcorreu em meio a relatos, exposições e discussões sobre os textos lidos. O professor José Carlos relatou rapidamente sua viagem à China e o que foi possível observar nas aulas de português de uma escola luso-chinesa visitada por ele em Macau, no Sul daquele país. Teve a oportunidade de observar partes de duas aulas, uma de uma professora chinesa e outra de professora portuguesa. Destacou o que mais lhe chamou a atenção: a estrutura das salas, posições das carteiras e o extremo silêncio nas salas. Demonstrou interesse em aprofundar-se um pouco mais na história e a cultura chinesas para entender melhor o modelo de educação observado.

Refletimos sobre a estrutura dos cursos de Letras no Brasil, incluindo as crenças e informações que o aluno recém aprovado no vestibular tem sobre o curso de Letras:  a de que o curso é para aprender português ou outros idiomas, sem condições para buscar o que realmente lhe será útil como professor.

Depois dessas discussões, o professor José Carlos esboçou no quadro negro um diagrama (figura) representativo dos cinco pilares que deveriam servir de base à formação de professores de línguas: a Teoria – com T maiúsculo – que é o cerne desse componente, a sua base central; as tradições, crenças e memórias; a Ética; as Políticas para o ensino de Línguas e a História do ensino e aprendizagem de Línguas. Com esses cinco pilares, o professor estaria bem amparado para definir sua abordagem (filosofia) de ensino e complementando-a com as competências: linguístico-comunicativa, implícita, teórica, aplicada e profissional estando de algum modo preparado para sua atuação no ensino, que juntamente com o planejamento, a seleção de material didático e avaliação poderia formar o conjunto completo das materialidades do ensinar a aprender para se atingir um perfil ou recorte possível de competência comunicativa.

Ainda dentro das discussões sobre o ensino de línguas no Brasil, o professor sugeriu que se introduzisse em nível nacional, regional ou institucional um exame oral do tipo entrevista no final do nono ano da Educação Básica. Essa medida, relativamente simples, na aparência, já seria uma revolução no ensino de línguas, isso se o exame fosse bem elaborado (de acordo com alguma teoria válida e afinado com a realidade). Houve comentários sobre o fato de que esse exame serviria de incentivo para que os professores repensassem e melhorassem suas práticas pedagógicas no ensino de línguas.

Terminamos os comentários do texto “Fundamentos do Estudo da História do ensino de Uma Língua”, produzido pelo próprio professor Almeida Filho para a abertura desta disciplina, situando as condições de aquisição e ensino de línguas no Brasil Colônia, e sublinhando a importância dos “línguas” e da oralidade naquela época.

(Notas de aula de 05/04/2012, por LOIOLA, L.M.)

Observamos que ao término da aula, há uma discussão de artigo inédito do prof. Almeida Filho, considerando a importâncias dos intérpretes na época colonial. Ao buscarmos o impacto da disciplina para a discente Loiola, L.M, para além da formação continuada que o mestrado stricto sensu pode-lhe acontecer, percebemos que em sua dissertação de mestrado, cujo tema foram as estratégias de aprendizagem e inteligências múltiplas, como forças integradas para a aprendizagem de espanhol, há um capítulo historicizando o tema e referências à Revista Helb em sua bibliografia. E ao resgatamos o Anexo VII de sua dissertação, no roteiro de entrevista, há uma questão diretamente relacionada à história de aprendizagem de línguas.

Após pouco mais de um mês de aulas da disciplina Helb, as discussões em sala de aula continuavam a serem animadas pelo professor regente, destacando a relevância da aprendizagem de línguas ser realizada em diversos ambientes, de acordo com as anotações a seguir:

Durante a aula do dia 19 de abril, o professor Almeida Filho salientou a complexidade da relação existente entre o ensino e a aprendizagem de línguas. Em especial, o ponto limítrofe que permeia os processos de aprender língua e de aprender diferente conteúdo. Não há língua sem conteúdo, ou conteúdo que não pode ser expresso em uma língua. Ressaltamos ainda que língua pode não ter o perfil de disciplina. O professor de língua deveria, de alguma forma, permear as outras disciplinas, de forma que a aprendizagem de língua venha a acontecer em ambientes diversos.

No uso comunicativo da língua no Ensino e Aprendizagem de Línguas (EAL), o professor deve criar veios bem sulcados entre língua e conhecimentos, de forma que a aprendizagem não seja sem sentido para o aluno. Cabe ao professor conduzir a aula, de forma a modular o ambiente, que deve ser propício à aprendizagem efetiva da língua-alvo. O aprendente, nesse contexto, deve ser formado como um comunicador, não apenas um repetidor de estruturas e léxico.

No processo de formação do aprendente comunicador, o professor enfatizou a possibilidade de dois processos distintos. O primeiro é o processo de preparação para a comunicação. Esse primeiro processo, facilitado com o uso (por parte do professor) de interlíngua. O aprendente com essa formação deve, após algum tempo de estudos chegar ao patamar de ser capaz de se comunicar em um ambiente de imersão real, no qual apenas a língua-alvo seria utilizada, continuando a sua formação. O segundo, é o processo de formação direto na comunicação. É direto na língua-alvo, de forma imersiva.

Outro ponto abordado no encontro de estudos foi o uso da gramática por aprendentes. A necessidade do uso da língua em regras foi explicitada. Entretanto, quando a língua é modulada de forma estática, em regras, por vezes, obsoletas, o uso da gramática pode não só não ajudar como até ser prejudicial aos aprendentes. Em aulas gramaticistas ou estruturalistas, por outro lado, a aula é simplesmente a efetuação de um roteiro, sem alcançar níveis reais de uso da língua.

Quanto à seleta de textos do Brown[5] um ponto foi focado: os apontamentos de que até o fim do século XIX, início do século XX, não haviam teorias no ensino e na aprendizagem de línguas. Entretanto, este aspecto foi fortemente oposto. Entende-se que, embora as abordagens e métodos utilizados até então não eram explicitados por teorias, eles tinham uma base que se comprovava efetiva, ou não.

Quanto ao texto disponível na Helb, foi salientada a luta contra a reforma renascentista (incluindo a protestante) e contra o surgimento de linhas de pensamento esclarecido no Brasil.  Essa corrente sofre um golpe com a expulsão dos jesuítas; em 1759 do território português e em 1760 do território brasileiro. O país até então não havia consolidado o uso do português no Brasil; utilizava as diversas línguas já existentes antes da chegada dos portugueses. O português era então uma língua periférica, sem grande uso por parte dos moradores da colônia. A reforma pombalina fez, assim, por garantir a soberania do português no Brasil. Ainda assim, o latim era a língua com maior status. Contudo, a língua fora retirada do uso corrente, e ensinada com base na gramática (estática), na escrita de textos e na tradução de clássicos.

Foi apontado que a redescoberta da fonética na segunda metade do século dezenove possibilitou a criação de diversos métodos orais para o ensino de línguas. Esses avanços culminaram na criação do método direto e do método de Gouin, em 1880. Entretanto, o ensino gramatical não se abalou muito com a entrada em cena da fonética e fonologia das línguas.

No Brasil, entretanto, o método direto só foi expansivamente utilizado na década de 30. Um marco citado foi a publicação do livro O Ensino Científico das Línguas Modernas (1935), de Maria Junqueira Schmidt.

Nossa colega Denise Damasco ilustrou a aula com um manual que tem por base o EAL através da língua oral. O material apresentado tornou possível a nítida percepção do funcionamento de um desses métodos. Este manual, composto de dois livros é intitulado De Vive Voix. O primeiro livro, o livro do aluno[6], é um apanhado de imagens, organizadas em progressões de alguma situação. O livro propõe a assimilação direta entre imagens e sons. O segundo livro, o livro do professor[7], é bem mais extenso, apanha todas as estruturas que os alunos deveriam repetir durante as aulas. O conjunto é, de certa forma, uma versão mais recente dos manière de language, já mencionados em aulas anteriores.

(Notas de aula de 19/04/2012, por BARBOSA SILVA, M.H.)

Observamos que durante as aulas muitas leituras são sugeridas aos presentes e a bibliografia a ser lida ao longo do semestre pode também contribuir para o fortalecimento da área em questão: o ensino e aprendizagem de línguas. As próprias discussões realizadas tornaram-se fontes para artigos ao final da disciplina, conforme o relato a seguir:

Primeiramente foram apresentados e definidos os temas para os artigos passíveis de publicação da Revista Helb. Em seguida, alguns capítulos da obra The Practical Study of Languages de Henry Sweet[8], publicada pela primeira vez no ano de 1899 foram apresentados pelo aluno Marcondes. Chamou-se atenção para o fato de constar no título do livro a palavra “prático”, o que sugere uma dissociação da gramática do estudo das línguas. O foco principal foi nos dois capítulos iniciais: “Estudo das Línguas” e “Princípios Gerais de Método”. Devido ao nome do segundo capítulo, chamou-se a atenção para o fato de que, neste momento, ainda não se fala em “abordagem” e sim em “método”. Henry Sweet trata de métodos bons e ruins e essa ideia da qualidade do método chega ao século XX e perdura por anos. Somente por volta dos anos 50 e 60 é que os professores começam a selecionar partes que eles julgavam boas de cada método. Segundo Wilga Rivers[9] esse é o método eclético. O professor José Carlos interrompeu em defesa de que método bom é aquele que é adaptável e o melhor método é individual porque é o método que cada professor escolhe considerando suas necessidades e de seus alunos. Nos anos 70 do século XX começou a ocorrer a “Morte do Método”. Em seu artigo The Death of the Method, de 1991, Dick Allwright[10] indicou que o problema metodológico central da área de Linguística Aplicada era justamente o método. Prabhu apoiou publicamente na revista TESOL Quarterly, já no final do século XX, o enterro do método ao escrever There is no best method – why? Nessa publicação, Prabhu[11] mostra que diferentes contextos de ensino sugerem a validade do uso de diferentes métodos. O colega Marcondes Silva voltou as suas considerações sobre o texto de Henry Sweet mencionando quatro métodos (Ollendorff, Ahn, Prendergast[12], Gouin[13]) que usavam “pseudo-conversações” e que negligenciavam a fonética. Nosso colega Marcondes Silva ainda citou alguns pilares fundamentais para um estudo prático das línguas como a Fonética e o Estudo da Gramática. Como uma espécie de outro pilar, viriam os fenômenos da língua (que possui um lado racional e um lado irracional). Neste momento, de análise de fenômenos, estaria surgindo a Linguística Aplicada. Das interferências dos demais alunos e do professor surgiu a questão do “pecado original” do adulto. A sina dele seria aprender e não mais adquirir. Rompe-se essa ideia no final da década de 70. Nos anos 40, 50 e 60 a Linguística ainda estava presente no ensino de línguas. Nos anos 70 e 80 a Linguística começa a se separar da Linguística Aplicada. Na França se separa até no nome com a introdução do nome: Didactique des Langues. Na Espanha, a partir do estudo das famílias das línguas tem-se a Filologia. Essa ideia, no Brasil morre, pois a Linguística no Brasil nasce sem a Filologia. Na Itália tem-se a Glotodidática, mas ainda sob a influência da Filologia. Como objetivo síntese da obra de Sweet chegou-se à conclusão de que os métodos são incompletos assim como a ciência da linguagem. É quase impossível que seja possível adquirir uma língua com perfeição, até porque para o próprio nativo isso não é real. A oralidade e a fonética são importantes e há que se ter uma base científica. O livro de Sweet fecha o século. O Prefácio é do autor, de 1899. Quanto aos dois primeiros capítulos, podemos analisar o que está por trás dos métodos. Os estudos práticos e teóricos da língua. Depois a colega Lilian Ribeiro apresentou slides sobre a resenha histórica[14] que a aluna Mirelle Freitas fez do livro A legislação pombalina sobre o ensino de línguas: suas implicações na educação brasileira (1759-1827)[15]. Num primeiro momento assistimos a um vídeo que trazia informações sobre a vida do Marquês de Pombal e suas contribuições para o Brasil na época em que foi Primeiro-Ministro do Reino de Portugal. Falou-se ainda das suas sete peças legislativas. E que com a vinda do Império há uma melhora no que se refere aos suportes no ensino, surgem os cadernos. Discutiu-se sobre o jesuitismo e o fato de 33% do dinheiro que a Coroa enviava à colônia ser destinado aos jesuítas. Neste momento questionou-se qual a porcentagem destinada hoje pelo governo ao Ministério da Educação e ficou claro que a quantia atual destinada à educação não chega a 1/3 da quantia que era destinada à educação no século XVIII. Para fechar as discussões da aula, foram questionadas as influências das ações de Pombal nos dias de hoje. O que as coisas que ele fez representam hoje? Indicou-se, principalmente, a separação entre o estudo como algo elegante e o trabalho como algo prático. O preconceito com o ensino tecnológico também foi levantado. Ainda no fechamento da aula, as diferenças entre a colônia e o Império foram trazidas. Embora a Gramática ainda continuasse no centro do ensino de línguas, o Império tinha mais escolas e trouxe uma melhora na autoestima do povo.

(Notas de aula, 10/05/2012, por LIMA DE ALMEIDA, C.C.)

Em reencontro com a colega Camila de Almeida, atualmente docente em apoio pedagógico em um centro de línguas da rede pública do Distrito Federal, a mesma relatou que a participação desta disciplina a fez entender os processos históricos pelos quais o ensino de línguas passou no Brasil, as posições que esse objeto ocupou no tempo e espaço especialmente os resultados oriundos de cada escolha. Em depoimento por meio eletrônico, Camila destacou, com olhar crítico, que se houve erros e acertos ao longo da história do ensino de línguas, a partir da análise desses percursos, é possível pensar novas políticas para o ensino de LE no Brasil, mais eficientes e efetivas. Constatamos que a participação da disciplina foi fator de fortalecimento profissional para o docente na medida em que propicia um recuo crítico aos processos ocorridos ao longo do tempo, bem como ampliando suas possibilidades de atuação.

Ampliando nosso horizonte a partir da Helb    

As reflexões realizadas durante a disciplina Helb foram objeto de avaliação por meio de um artigueto e de uma prova escrita sem consulta, que poderiam ser publicados posteriormente, caso o autor desejasse. O professor Almeida Filho também distribuiu textos diferentes para cada aluno, para que pudéssemos apresentar sínteses e análises, compartilhando com os colegas e enriquecendo as aulas. O fato de preparar artigos para futura publicação nos coloca diante de possibilidades de projetos futuros.

Durante a realização da disciplina Helb tivemos a oportunidade de receber recomendações[16] de leituras e atividades para ampliar os conhecimentos como a de rever o filme As Missões que retrata esse período no qual os Jesuítas estiveram presentes no sul da América do Sul e a minissérie A Muralha que retrata esse período da história do país; b) a leitura de Martinez (2008): La didactique des langues étrangères, obra que apresenta a didática do ensino de línguas estrangeiras, sem o emprego do termo linguística aplicada, mas que desvencilha o ensino de línguas da Linguística; c) a leitura de Azevedo (2004): “A educação como política pública”, obra que desenha um panorama geral sobre as políticas públicas em educação, sobretudo o caráter da não-ação governamental que se torna uma política pública.

Os encontros previstos para a disciplina foram realizados em sua integralidade, de acordo com o cronograma previsto. Além dos discentes da disciplina, era comum convidados durante as aulas. Contamos com Mirelle Freitas e Marília Batista, que à época eram estudantes do Mestrado em Linguística Aplicada, a profª. Lúcia Barbosa, professora do Programa de Pós-graduação no qual a disciplina Helb é ofertada, Leila Ribeiro e Washington Ribeiro, um casal engajado nos projetos Helb, que se apresentaram para conversar com a turma e falar sobre a Página SALA, espaço virtual para publicações das produções discentes e docentes. Contamos também com a presença da Profª. Dra Ana Graça Canan, da Universidade do Rio Grande do Norte, em pós-doutoramento.Outra atividade a qual fomos incentivados a fazer: assistir à conferências e palestras também na área de história da Universidade, como por exemplo, o evento organizado em 5 de junho pelo Departamento de História com os professores franceses Christian Delacroix e François Dosse. Ambos trouxeram o desafio biográfico como tema, trazendo as questões da linguagem e da narrativa, bem como a biografia em tensão entre a história e a ficção.

A partir da disciplina Helb, diversas produções acadêmicas foram publicadas por estudantes que integraram o corpo discente desta disciplina, participações em eventos, além dos alunos envolvidos diretamente no Projeto de Pesquisa (2010-2012): a) a colega Denise Damasco apresentou uma comunicação intitulada Quelle est l’importance de l’étude de l’histoire de l’enseignement des langues au brésil dans la formation de nos professeurs de langues étrangères? no evento VIII Seminário de Línguas Estrangeiras, cujo tema foi A Formação e a Prática de Professores de Línguas Estrangeiras que aconteceu na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás em outubro de 2012[17]; b) a colega Lílian Ribeiro, doutoranda na Universidade de Huelva, Espanha, com tese em andamento a ser defendida em 2017; e c) vários artigos na Revista Helb foram publicados por alunos e ex-alunos da disciplina, muitos deles em parceria com estudantes e professores de outras universidades.

Ressaltamos que, ao iniciarmos a disciplina em 2012, o evento “Jornadas de abordagem no ensino de línguas” estava em fase de organização[18]. O grupo discente da disciplina Helb integrou este projeto para celebrar os 20 anos do livro “Dimensões comunicativas no ensino de línguas”, da autoria do nosso prof. Almeida Filho que se realizou em 8 e 9 de agosto de 2013. Este evento, realizado na Universidade de São Paulo (USP) em 2013, em parceria com a UNB, tornou-se muito importante para nós, enquanto oriundos da disciplina Helb, pois muitas discussões e decisões a respeito do evento aconteceram após a aula da disciplina.

Assim, destacamos que, por ocasião do aniversário do livro “Dimensões comunicativas no ensino de línguas”, este livro histórico ganhou uma edição comemorativa e tradução em quatro línguas: inglês[19], francês[20], espanhol[21] e italiano. Com exceção do italiano, realizado por colaboradores da USP, as demais edições contaram com o empenho de alunos e colaboradores da Helb, tanto da disciplina quanto da revista e da página, que apoiaram e participaram ativamente de todo o processo de organização e execução, além de alguns terem ido a São Paulo para o encontro, onde também puderam apresentar comunicações.

Considerações Finais   

Retomar as anotações feitas durante a disciplina Helb em 2012 tem para nós um significado muito especial, na medida em que tivemos a oportunidade de reviver momentos de reflexão aprofundada, do cotidiano de aprendizagens e de vivências coletivas a partir do fio condutor da história do ensino de línguas no Brasil. Tratamos da integração de um pequeno grupo discente, que motivados pelas reflexões ocorridas durante as aulas do professor Almeida Filho se dispuseram a registrar uma fase de aprendizagem e convivência em torno dos mesmos objetivos.

Salientamos o papel de nosso professor, que compartilhou semanalmente livros, artigos, suas conferências nacionais e internacionais, direção de projetos, temáticas em outras disciplinas, abrindo possibilidades acadêmicas ao grupo discente. Não obstante, sua forma de tratar os alunos e valorizar sua participação, pedir que leiam os textos e apresentem sínteses e análises, dar oportunidades para a leitura e construção dos relatos, entre outros aspectos, nos fazem recordar as palavras de Moran (2000) que afirma: “As primeiras reações que o bom professor e educador despertam no aluno são a confiança, a admiração e o entusiasmo. Isso facilita enormemente o processo de ensino-aprendizagem. ” (p.6).

Nesse aspecto, salientamos que contar nossa experiência ocorrida no primeiro semestre de 2012, ao longo das aulas, discussões, produções individuais e coletivas, constatamos o quanto amadurecemos a partir do estudo da história do ensino de línguas estrangeiras, como formação contínua e fortalecimento da profissão. Encontramo-nos hoje diante do desafio da formação de outros professores de línguas, o que nos faz valorizar ainda mais a nossa experiência discente de 2012. Entendemos que as anotações de aula, ao se tornarem fonte histórica, ao serem compartilhadas neste espaço de reflexão podem contribuir para o adensamento e a valorização de disciplinas de cunho histórico, objetivando ampliar e aprofundar as questões históricas em nossa área.

Referências

  • ALMEIDA FILHO, J. C. P. A Linguística Aplicada na grande área da Linguagem. In: SILVA, K. A. e ORTIZ ALVAREZ, M. L. (Orgs.). Perspectivas em Linguística Aplicada. Campinas: Pontes Editores, 2008.
  • ______. O Ensino de Português como Língua Não-Nativa. In Biblioteca Virtual do Museu da Língua Portuguesa. São Paulo, 2006. Disponível em: <www.estacaodaluz.org.br>, seção Ensino da Língua Portuguesa.
  • ______. Linguística Aplicada Ensino de Língua & Comunicação. São Paulo: Pontes, 2005.
  • ______. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. São Paulo: Pontes, 1993.
  • ______. Linguística Aplicada, Ensino de Línguas e Comunicação. Campinas: Pontes Editores & ArteLíngua, 2005.
  • ______. Ontem e hoje no ensino de línguas no Brasil. In: STEVENS, C.T. & CUNHA, M.J.C. Caminhos e colheita no ensino de inglês no Brasil. Brasília: Editora da UnB, 2004.
  • AZEVECO, J. M. L. de. A educação como política pública.  3ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
  • CARNEIRO-LEÃO, A. O Ensino das Línguas Vivas: seu valor, sua orientação científica. São Paulo: CIA Editora Nacional, 1935.
  • CHAGAS, V. Didática especial de línguas modernas. 3. ed. Prefácio de Anísio Teixeira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979
  • HOWATT, A. A History of English Language Teaching. London: Oxford University Press, 1984.
  • MARTINEZ, P. La Didactique des Langues Étrangères. Paris: Puf, 2008.
  • Revista Helb. Disponível em: http://www.helb.org.br/
  • Sociedade de Linguística Aplicada, Cultura Digital e Educação. Endereço eletrônico: http://www.sala.org.br
  • SATELES, L. e ALMEIDA FILHO, J. C. P. Breve Histórico da Abordagem Gramatical e seus Matizes no Ensino de Línguas no Brasil. Brasília: Revista Helb, vol. 04, no. 04, 2010. Acesso www.Helb.org.br em 16/03/2012. 
  • SCHMIDT, M. J. O ensino científico das línguas modernas. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia., 1935.

[1]   [1] As referências bibliográficas da disciplina Helb serão apresentadas também em nota de rodapé ao longo deste artigo e no campo Referências.

[2]   [2] CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Novo gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

[3]   [3] PERINI, Mário Alberto. Gramática do português brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Parábola, 2010.

[4]   [4] Tese de Damasco, Denise Gisele de Britto Damasco intitulada: Contando uma história: o ensino público de línguas estrangeiras a partir das interpretações de jovens e de docentes do Distrito Federal, Brasília: Universidade de Brasília, 2014.

[5]   [5] Textos lidos a partir das obras: BROWN, H. D. Principles of language learning and teaching. New York: Longman, 2000 e da obra: BROWN, H. D. Teaching by principles: an interactive approach to language pedagogy. 2. ed.White Plains: Longman, 2001.

[6]   [6] MOGET, Marie-Thérèse. Cours Audio-Visuel de Français De Vive Voix. Livre de l’élève. Dessins de Pierre Neveu. Paris: Didier [Cours Crédif], 1972.

[7]   [7] MOGET, Marie-Thérèse; NEVEU, Pierre. De Vive Voix. Guide Pédagogique. Paris: Didier, [Cours Crédif], 1972.

[8]   [8] SWEET, Henry. The practical study of languages; a guide for teachers and learners. Oxford: Oxford University Press, [Collections of University of Michigan]. 1900.

[9]   [9] RIVERS, Wilga M. Teaching languages in College: curriculum and content. National Texbook, Company, 1992.

[10]  [10] ALLWRIGHT, Dick. The death of the method: plenary paper for the SGAV conference. Ottawa: Carleton University, 1991.

[11]  [11] PRABHU, N.S. There Is No Best Method – Why? TESOL Quarterly, v. 24: 161-176 [JSTOR Arts & Sciences IV Collection], 1990.

[12]  [12] A partir da obra de STERN, H. H. Fundamental Concepts of Language Teaching. Oxford: Oxford University Press, p.458-459, 1983.

[13]  [13] A partir de leituras da obra de Claude Germain, «Fondements linguistiques et psychologiques de la méthode des séries de François Gouin (1880)», Histoire Épistémologie Langage, année 1995, vol. 17, no 17-1, p. 115-141.

[14]  [14] Esta resenha integra a Revista Helb, ano 5, n. 05, 1/2011.

[15]  [15] OLIVEIRA, L. E. (org.). A legislação pombalina sobre o ensino de línguas: suas implicações na educação brasileira (1757-1822). Maceió: EDUFAL, 2010, p.339.

[16]  [16] Essas recomendações ocorreram no início do curso em 12 de abril de 2012.

[17]  [17] Anais eletrônicos do evento em  http://www.letras.ufg.br/up/25/o/VIISLE_01.pdf. Acesso em 30 de julho de 2016.

[19]  [19] Obra traduzida por estudantes da disciplina Helb em outra ocasião: Mirelle da Silva Freitas, Sylmara Barreira e Joana Grant.

[20] [20] Obra traduzida pela aluna da disciplina Denise Damasco e Patrick Dahlet.

[21] [21] Obra traduzida por Ana Isabel Guzmán Talavera e as alunas da disciplina Helb em 2012: Lilian Vieira da Rocha Ribeiro e Léia de melo Loiola.